Delegado aposentado é encontrado morto com três tiros; suspeito foi trabalhar após o crime

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Luiz Ricardo e Silva

Um delegado aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) foi encontrado morto, na noite de sexta-feira (6/9), dentro de casa, na SHVP, Trecho 3 de Vicente Pires (DF).

A vítima, identificada como Luiz Ricardo e Silva (foto em destaque), de 57 anos, estava no quarto da residência. O delegado foi alvejado com três disparos na cabeça, enquanto dormia.

O autor do crime fugiu com R$ 810, a arma e o carro do servidor, um Corolla, que foram localizados horas mais tarde, no Gama. Os investigadores já trabalham com o nome do suspeito Kayky Bastos Ferreira, de 22 anos, que foi preso, também no Gama, numa operação conjunta da 38ª DP (Vicente Pires) e da Polícia Militar do DF (PMDF).

Kayky, que deve responder por latrocínio (roubo seguido de morte) é garçom e trabalha em um bar no Gama, região administrativa onde mora. Segundo as investigações, ele o delegado já se conheciam e, inclusive, teriam tomado açaí juntos no dia anterior.

Embora o corpo do delegado tenha sido encontrado só à noite, o crime ocorreu pela manhã. Câmeras mostraram quando o suspeito deixou a casa de Luiz Ricardo dirigindo o Corolla, um pouco antes das 8h. As imagens serviram para ajudar na identificação do autor do crime bárbaro.

Quem era o delegado

Luiz Ricardo e Silva

Luiz Ricardo e Silva entrou na PCDF em 9 de fevereiro de 1996 e se aposentou recentemente, em 5 de abril de 2024, conforme consta no Diário Oficial do DF (DODF).

Ele ocupou importantes funções na Secretaria de Segurança Pública do DF, como o de diretor da Penitenciária do Distrito Federal II (PDF II), no Complexo Penitenciário da Papuda, em 2016.

Garçom matou delegado enquanto ele dormia e foi trabalhar: “Psicopata”

Kayky Bastos Ferreira

Frio, sem remorso e até irônico, o garçom Kayky Bastos Ferreira, 20 anos, preso por matar o delegado Luiz Ricardo e Silva, 58, não soube apontar, durante o interrogatório, o que motivou o latrocínio.

“Não sei porque matei. Eu tinha uma festa para organizar e nem imaginei que seria preso”, disse o criminoso ao delegado-chefe da 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires), Pablo Aguiar, que investiga o caso.

Durante a oitiva, o delegado notou “traços de psicopatia” no garçom, que executou o delegado com três tiros na cabeça enquanto ele dormia, e depois foi trabalhar em um bar, no Gama, onde organizaria uma festa para comemorar o 7 de Setembro.

O assassino ainda usou cartões de crédito do servidor público para comprar bebidas, transportou funcionários do estabelecimento no veículo roubado e mentiu para a namorada afirmando que teria “comprado” o Corolla que pertencia ao delegado.

Em uma rápida investigação para identificar o autor e compartimentar as informações com equipes da Polícia Militar e PCDF, Pablo Aguiar traçou a ordem cronológica do crime brutal.

“O delegado e o autor se conheceram há cerca de um mês e costumavam se encontrar duas vezes por semana. Um dia antes do crime, estiveram juntos em uma lanchonete de açaí, em Taguatinga”, explicou Aguiar.

Passo a passo

Na noite anterior ao crime, o delegado foi até a casa da mãe, onde buscou alguns mantimentos para tomar café no dia seguinte. Ele estava na companhia do garçom, que chegou a trocar algumas palavras com a idosa de 83 anos.

Após acordar, por volta de 7h, o assassino levantou, tomou um copo de água na cozinha e resolveu matar o delegado.

“Ele sabia que a pistola .40 estava na mochila do do delegado. A vítima ainda dormia e o quarto estava escuro. O criminoso encostou o cano da arma próximo da cabeça do delegado e disparou três vezes. Depois, ele guardou a pistola na mochila, pegou cartões de crédito, cerca de R$ 700 em dinheiro e foi trabalhar”, disse Aguiar.

“Com uma investigação rápida, conseguimos chegar até a identidade do criminoso e compartilhar todas as informações com PMs. O cerco conjunto foi montado e o autor foi preso pelos militares com o apoio da PCDF “, ressaltou o delegado.

Na delegacia, o assassino disse que nunca havia sido preso, mesmo identificado pela polícia como o autor de um roubo. Ele será indiciado pelo latrocínio e, se condenado, poderá cumprir uma pena de 20 a 30 anos de prisão.

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