Inadimplência tem maior alta anual desde 2016

Por Fábio Matos

Dados divulgados na segunda-feira (7/11) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostram que o percentual de famílias com contas em atraso bateu novo recorde em outubro. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o índice saltou de 30% em setembro para 30,3% no mês passado. Foi o quarto mês consecutivo de alta.

Em outubro de 2021, a proporção de famílias inadimplentes era de 25,6%. Na comparação anual, o aumento de 4,7 pontos percentuais em 12 meses foi o maior desde março de 2016.

O levantamento considera as dívidas em contas nas modalidades cheque pré-datado, cheque especial, cartão de crédito, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal e prestações de carro e de casa.

Ainda de acordo com a pesquisa, o endividamento (pessoas com dívidas a pagar, mas não necessariamente com contas em atraso) teve queda de 0,1 ponto percentual entre setembro e outubro deste ano, de 79,3% para 79,2%. O resultado interrompe uma série de três meses consecutivos de alta no indicador.

Na comparação anual, houve um aumento de 4,6% na proporção dos endividados. Apesar do avanço no período, trata-se da menor taxa anual desde julho de 2021.

“O nível de endividamento alto e os juros elevados pioram as despesas financeiras associadas às dívidas em andamento, ficando mais difícil quitar todos os compromissos financeiros dentro do mês”, explicou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota.