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Por Willian Teixeira

A indústria brasileira de motos fechou 2021 com 1.195.149 unidades produzidas, volume 24,2% maior em comparação com 2020, quando 961.986 motocicletas deixaram as linhas de produção do Polo Industrial de Manaus.

O volume produzido ano passado ficou 2% abaixo das estimativas da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), que era de fabricar 1.220.000 motocicletas, mas foi o melhor resultado para o setor desde 2015, ano em que 1.262.708 unidades foram fabricadas.

Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, a meta poderia ser atingida, mas obstáculos enfrentados pelos fabricantes como a segunda onda da Covid que atingiu Manaus no início do ano e as restrições sanitárias impostas por conta da pandemia, prejudicaram o resultado de 2021.

“As restrições implantadas na linha de produção para evitar a disseminação da doença, como o maior distanciamento entre os postos de trabalho, aumenta o tempo de fabricação, mas é importante ressaltar que todas elas estão mantidas, pois nossa prioridade é a saúde e segurança dos colaboradores”, destaca o executivo.

Emplacamentos em alta 

Os emplacamentos totalizaram 1.156.074 unidades, alta de 26,3% na comparação com 2020, quando foram lacradas 915.157 motocicletas. Fermanian lembra que as limitações nas linhas de montagem também dificultaram as entregas de motocicletas ao longo de 2021.

O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian (Arquivo)
O presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian (Arquivo)

“Hoje a fila de espera é de cerca de 30 dias para modelos de baixa cilindrada e scooters, mas a tendência para os próximos meses é de normalização. As associadas estão se esforçando para atender ao consumidor que espera, quer e precisa de uma motocicleta nova”, comenta o presidente da Abraciclo.

O segmento que registrou maior crescimento em 2021 foi o de scooters, com 107.285 unidades licenciadas, volume 40,9% superior ao de 2020, ano que se encerrou com pouco mais de 76 mil unidades registradas.

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As motocicletas de até 160 cilindradas, que são as mais utilizadas nos serviços de entrega, responderam por 80,7% do mercado, com 932.797 unidades emplacadas. A participação dos modelos de média cilindrada (de 161 a 449 cilindradas) no total de licenciamentos foi de 15,5% (179.481 unidades). Já as motocicletas de alta cilindrada (acima de 450 cilindradas) representaram 3,8% do mercado (43.796 unidades).

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Para 2022, a Abraciclo estima que a produção de motocicletas deve atingir 1.290.000 unidades em 2022, volume 7,9% maior na comparação com as 1.195.149 motocicletas fabricadas no Polo Industrial de Manaus no ano passado. Já os emplacamentos estão estimados em 1.230.000 motocicletas, o que corresponde a um aumento de 6,4% sobre o resultado do ano passado.

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As projeções de crescimento confirmam o cenário de recuperação gradativa da indústria de motocicletas, que vem retomando os volumes pré-pandemia. “Esperamos um cenário mais estável neste ano para conseguirmos atingir novamente os patamares de 2015, quando a produção ficou na casa do 1,2 milhão de unidades”, comenta Fermanian.

Fábrica-Harley-Davidson
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Apesar do otimismo, a Abraciclo afirma estar atenta para algumas variáveis que podem influenciar nos resultados de 2022, como a alta dos casos da variante Ômicron e da gripe H3N2, que podem afastar os colaboradores dos postos de trabalho e impactar a produção. As instabilidades do cenário macroeconômico que influenciam desde o abastecimento e reorganização das cadeias produtivas, até a alta nas taxas de juros e do frete, por exemplo, também merecem atenção.

“Também acompanhamos outros movimentos do cenário político e econômico que podem afetar o poder de compra do consumidor e impactar negativamente a demanda por motocicletas”, diz Fermanian.

Resultados de dezembro 

No último mês de 2021, 76.359 motocicletas saíram das linhas de montagem do Polo de Manaus, volume 3,9% maior do que as 73.471 unidades produzidas no mesmo mês de 2020. Porém, se compararmos com as 113.776 motos produzidas em novembro, o resultado é 32,9% menor.

Produção e exportações de motos nacionais em alta (Divulgação)
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Para o presidente da Abraciclo a queda já era esperada devido às férias coletivas que já estavam programadas pelas afiliadas. “As fábricas aproveitam esse período para executar serviços de manutenção e instalação de novos equipamentos”, completa Marcos Fermanian.

Com 112.363 motocicletas licenciadas, o mercado atingiu o segundo melhor resultado do ano e ficou atrás apenas de julho, quando foram registradas 112.538 unidades. O resultado foi 6,3% superior em relação ao mês anterior (105.740 motocicletas) e 13,8% maior na comparação com dezembro de 2020 (98.775 unidades).

Modelos de até 160 cm³ como a Honda Bros respondem por 80% do mercado brasileiro (Arquivo)
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Com 91.127 unidades vendidas no varejo, as motos de baixa cilindrada representaram 81,1% do mercado. Já os modelos de média cilindrada tiveram 17.299 unidades emplacadas, o que corresponde a 15,4% do volume total de licenciamentos. As motocicletas de alta cilindrada responderam por 3,5% do mercado, com 3.937 unidades licenciadas.

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