Em seguida, ela altera a filmagem para a câmera frontal e mostra o próprio rosto. Pouco depois, ouve-se um estrondo e é possível ver um clarão –momento que Leilson Souza, 36 anos, é atingido pelo raio.
Em entrevista à CNN, Karlla disse que, inicialmente, não pensou se tratar de um relâmpago. “Eu não conseguia entender que era um raio. Na minha cabeça, ele [guia] estava soltando fogos.”
“Isso foi o que eu pensei. Mas como meu marido estava bem próximo a ele, a uma distância de 1 metro dele, ele viu. Ele viu o rapaz se agonizando, dando ali seus seus últimos suspiros. E aí ele falou ‘ele morreu, o cara morreu’. E aí que eu entendi o que estava acontecendo”, relata.
Karlla conta que, durante a trilha de subida, começou a chover por volta de 9h40. “Ele [Leilson] perguntou se a gente queria continuar ou se a gente queria retornar. A gente ‘tava’ num grupo de cinco pessoas, sete contando com ele e o irmão dele. A gente, em comum acordo, decidiu continuar porque era uma chuva tranquila”, lembra a empresária.
O grupo chegou ao topo da Pedra da Gávea por volta de 11h26. “Lá não estava mais chovendo, ‘tava’ só aquela neblina mesmo. O tempo já estava abrindo”, diz. Segundo Karlla, o guia chegou a dizer que iria abrir um sol.
A empresária afirmou que, momentos antes de Leilson ser atingido, não havia sinais de relâmpagos. “A gente ficou surpreso porque em nenhum momento alguém escutou o barulho de raio ou de trovão.”
Outro raio
O guia turístico Marcos Rabello, colega de Leilson, afirmou que havia presenciado outra queda de raio no mesmo dia, mas em local diferente.
“Eu ‘tava’ guiando em outra trilha no morro Dois Irmãos. Nós lá também recebemos uma pequena descarga elétrica. O grupo sentiu, o cabelo arrepiou, logo em seguida a galera sentiu e escutou um estalo no ouvido.” Logo em seguida, os participantes desceram do morro. Ninguém se feriu.
O corpo de Leilson foi resgatado por um helicóptero do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro.
(Publicado por Fábio Munhoz)