Noiva de jogador do Botafogo-PB vai ser investigada por crime de racismo pela polícia

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Léo Campos, atual jogador do Botafogo-PB, e a noiva Adriana Borba — Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

Por Phelipe Caldas

A Polícia Civil da Paraíba instaurou um inquérito policial na manhã da quinta-feira (26) para investigar a catarinense Adriana Borba, noiva do jogador Léo Campos, do Botafogo-PB. Ela é suspeita de cometer atos xenofóbicos contra a população local da Paraíba.

Adriana Borba gravou vídeos curtos em seu perfil no Instagram com piadas e críticas ao sotaque, aos costumes e até à forma de andar do paraibano.

O inquérito foi aberto pelo delegado Marcelo Falcone, titular da Delegacia Especializada de Crimes Homofóbicos, Raciais e de Intolerância Religiosa de João Pessoa. De acordo com o delegado, ela vai ser investigada pelo crime de racismo.

Isso porque, ainda de acordo com ele, a Lei nº 7.716 de 5 de janeiro de 1989, que trata sobre o crime de racismo, foi alterada ao longo dos anos para aumentar a sua abrangência.

“O entendimento da lei é bastante claro. Ela elenca as situações de racismo e não trata apenas de questões raciais, mas também de preconceitos contra etnia, religião, orientação sexual e xenofobia”, explica Falcone.

O delegado explica, então, como vai se dar todo o procedimento. Nos próximos dias, a delegacia especializada vai reunir todas as provas sobre o caso e intimar a suspeita Adriana Borba para que ela preste depoimento.

O delegado tem o prazo legal de 30 dias para finalizar as investigações, mas ele acredita que terminará antes desse prazo. Depois, deve enviar o caso para o Ministério Público da Paraíba para que a instituição defina se vai enviar o inquérito para a Justiça.

Se condenada, a pena prevista é de prisão de um a três anos, além de multa. No entanto, o delegado destaca dois agravantes que poderiam aumentar uma eventual pena. Isso porque a lei prevê maior rigidez em casos em que o crime for cometido pelas redes sociais e quando o preconceito for cometido de forma jocosa.

Entenda o caso

Toda a confusão começou na terça-feira (24), quando Adriana Borba publicou os vídeos nas redes sociais.

“A gente vai sozinho no mercado e não tem com quem rir, nem com quem debochar”, comentou ela em certo momento, após ironizar o sotaque e o jeito de andar “arrastando os chinelos” do paraibano.

As declarações de Adriana, contudo, só viralizaram na quarta-feira (25). Depois disso, ela encerrou o seu perfil no Instagram e pediu desculpas em um novo vídeo, alegando que era tudo uma “brincadeira” e que ela foi mal interpretada.

Ainda na quarta-feira, o Núcleo de Gênero, Diversidade e Igualdade Racial do Ministério Público da Paraíba já tinha anunciado que iria instaurar um procedimento para investigar possível crime de racismo cometido por Adriana.

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