Silêncio em depoimento à PF fragiliza Bolsonaro, avaliam aliados

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Ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Reuters

Por Gerson Camarotti

O entorno mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro já demonstrou preocupação com o silêncio dele e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (31/8) sobre o caso das joias.

O consenso nesse núcleo politico é que Bolsonaro ficou extremamente fragilizado ao não responder nenhum questionamento sobre as joias.

Os aliados gostariam que o ex-presidente desse justificativas para que houvesse a possibilidade de uma defesa política a ser repetida por bolsonaristas.

Ao optar pela estratégia jurídica de ficam em silêncio e, com isso, evitar contradições com outros depoentes (eram mais 7 nesta quinta, inclusive Michelle), Bolsonaro explicitou temor do que pode surgir dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, e de Mauro Lourena Cid, pai do tenente-coronel.

Redução do capital político

A Polícia Federal já sabe que Bolsonaro tinha conhecimento de todas as tratativas de Cid para venda e recompra das joias.

Do ponto de vista jurídico, Bolsonaro se blinda de se complicar ainda mais nessa investigação.

“Mas o capital politico dele sai muito menor. Se vai para a PF e não tem condições de defender o que aconteceu, como que sua base sairá em sua defesa?”, disse à reportagem uma influente liderança da bancada bolsonarista.

Desde a última segunda-feira (28/8), com um longo depoimento de Cid à PF, aumentou o grau de apreensão da família Bolsonaro com os rumos das investigações em várias frentes

Esse fato, na avaliação de interlocutores, explica o silêncio de Bolsonaro.

Para defesa, a estratégia do silêncio se deve ao entendimento de que o foro adequado para essa investigação na Justiça não é o Supremo Tribunal Federal (STF), como ocorre no momento. Por isso, Bolsonaro se recusou a responder às perguntas.

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